Buffett Versus S&P 500: O Desafio De Gerar Retorno Acima Do Índice

Buffett Versus S&P 500. Por Que Mesmo Os Maiores Gestores Enfrentam Dificuldades? E O Que Isso Ensina Ao Investidor Comum

Warren Buffett é, com razão, considerado um dos maiores investidores da história. Sua trajetória à frente da Berkshire Hathaway é um exemplo de disciplina, paciência e excelência técnica na alocação de capital.

Ainda assim, os últimos 20 anos reforçam um ponto crucial revelado pelo embate Buffett versus S&P 500: superar o mercado de forma consistente é extremamente desafiador — mesmo para os melhores. Entre 2005 e 2024, a Berkshire Hathaway, sob a gestão de Buffett, entregou um retorno composto anual (CAGR) de 10,78%. Já o S&P 500, considerando o reinvestimento de dividendos, teve um retorno anual de 10,30%.

O que os números mostram? Que mesmo com talento, acesso à informação e uma equipe de elite, a margem de superação do índice é estreita.

E que talvez a pergunta mais relevante para o investidor não seja “qual ação comprar?”, mas sim: qual é a estratégia mais eficiente para meu perfil, objetivos e horizonte de tempo? 

Buffett Versus S&P 500: A Batalha dos Retornos ao Longo de Duas Décadas

A comparação entre Buffett versus S&P 500 revela muito mais do que números; ela expõe os desafios de superar o mercado de forma consistente, mesmo com décadas de experiência, uma equipe altamente qualificada e acesso privilegiado à informação. Entre 2005 e 2024, a Berkshire Hathaway teve um retorno composto anual de 10,78%, enquanto o S&P 500, com dividendos reinvestidos, entregou 10,30% ao ano.

A diferença, apesar de favorável a Buffett, mostra como a margem é estreita — e destaca a importância de estratégias alinhadas ao perfil e aos objetivos de cada investidor.

Retornos Anuais: Berkshire Hathaway Vs. S&P 500 (2005–2024)

Ano Berkshire Hathaway S&P 500 (incluso dividendos)
2005 0.8% 4.9%
2006 24.1% 15.8%
2007 28.7% 5.5%
2008 -31.8% -37.0%
2009 2.7% 26.5%
2010 21.4% 15.1%
2011 -4.7% 2.1%
2012 16.8% 16.0%
2013 32.7% 32.4%
2014 27.0% 13.7%
2015 -12.5% 1.4%
2016 23.4% 12.0%
2017 21.9% 21.8%
2018 2.8% -4.4%
2019 11.0% 31.5%
2020 2.4% 18.4%
2021 29.6% 28.7%
2022 4.0% -18.1%
2023 15.8% 26.3%
2024 25.5% 25.0%

Fonte: Warren Buffett's Letters to Berkshire Shareholders, 2024[1]

Retorno anual composto (CAGR):

Berkshire Hathaway: 10,78% a.a.

S&P 500 (com dividendos): 10,30% a.a.

O Que Os Dados Nos Ensinam Sobre A Gestão Ativa?

Mesmo com décadas de experiência, acesso institucional e uma equipe de elite ao seu lado, Buffett superou o S&P 500 por uma margem inferior a meio ponto percentual ao ano — uma vantagem mínima diante do desafio de bater o mercado. Quando observamos a performance de Buffett versus S&P 500, fica evidente que até mesmo os maiores nomes da gestão ativa enfrentam enormes obstáculos.

Para o investidor comum, que tenta fazer gestão ativa no tempo livre, sem estrutura, ferramentas profissionais ou foco integral, superar consistentemente o índice de mercado como o S&P 500 se torna uma tarefa ainda mais complexa — o desafio é exponencialmente maior.

E os dados confirmam…

Segundo o relatório SPIVA 2024, a vasta maioria dos fundos de ações dos EUA não conseguiram bater o mercado no longo prazo:

Buffett Versus S&P 500: A Batalha dos Retornos ao Longo de Duas Décadas

Fonte: Index Fund Advisor[2]

  • Large caps: 95,48% ficaram abaixo do benchmark
  • Mid caps: 90,68% abaixo do índice
  • Small caps: 89,08%

Buffett Versus S&P 500, os profissionais e as gestoras…

Cabe destacar, que os dados acima são de gestores profissionais, que possuem experiencia, conhecimento técnico e dedicam a maior parte do tempo a atividade de gestão de ativos.

Agora, imagine o investidor comum, com tempo limitado, ausência de ferramentas, baixo conhecimento, sem processos claros de investimentos etc. Qual a chance de superar consistentemente o mercado?

A estrutura dos mercados modernos, com sua eficiência informacional, competição globalizada, custos transacionais, custos de administração, penaliza a tentativa de bater o índice, especialmente sem acesso institucional.

O Que Buffett Recomenda Ao Investidor Comum?

Buffett nunca teve problemas em reconhecer isso. Ao contrário: é um dos defensores da gestão passiva como estratégia para a maioria das pessoas. Na carta de 2013, ele foi direto:

“Minha instrução para o fundo fiduciário que administrará minha herança é clara: 90% do dinheiro deve ser investido em um fundo indexado ao S&P 500 de baixo custo. O restante em títulos do Tesouro de curto prazo.” (BUFFETT, Warren. Letter to Shareholders, 2013[3])

E reiterou em diversas ocasiões:

“A maioria das pessoas deveria simplesmente comprar um índice de S&P 500 e manter isso por toda a vida.” (AGM da Berkshire Hathaway, 2020)

“Ao investir periodicamente em um fundo de índice, por exemplo, o investidor que ‘nada sabe' pode, na verdade, superar a maioria dos profissionais de investimento. Paradoxalmente, quando o ‘dinheiro burro' reconhece suas limitações, ele deixa de ser burro.” (Carta aos acionistas, 1993)

“O objetivo do não profissional não deve ser escolher vencedores – nem ele nem seus ‘ajudantes' podem fazer isso – mas sim possuir uma amostra representativa de negócios que, no agregado, certamente irão bem. Um fundo de índice S&P 500 de baixo custo alcançará esse objetivo.” (Carta aos acionistas, 2013)

Buffett Versus S&P 500, O Que Isso Significa Para O Investidor De Alta Renda?

Você, que já possui uma profissão exigente, uma empresa para gerir ou um patrimônio a preservar, pode até se interessar por ativos específicos e acompanhar de perto o desempenho do mercado. No entanto, assim como evidenciado na comparação Buffett versus S&P 500, mesmo com décadas de experiência e recursos robustos, superar consistentemente o índice é extremamente desafiador. Faltam, para a maioria dos investidores individuais, o tempo, a estrutura e o foco necessários para fazer gestão ativa com eficácia.

E mesmo que esses recursos estivessem disponíveis, os dados do relatório SPIVA mostram que nem os gestores profissionais — com acesso privilegiado a informações e análises — conseguiram superar seus benchmarks ao longo do tempo. Isso reforça o argumento de que tentar bater o mercado, como Buffett fez frente ao S&P 500, exige mais do que talento: exige condições que raramente estão ao alcance do investidor comum.

É aí que entra o valor de uma boa alocação de portfólio:

  • Política de investimento alinhada com desejo do investidor
  • Alocação por objetivo e horizonte de tempo
  • Rebalanceamento disciplinado
  • Processos claros de investimentos
  • ETFs de baixo custo e ampla diversificação

A questão não é ser a favor ou contra a gestão ativa — mas sim reconhecer que, para a maioria dos investidores, ela não é o caminho mais eficaz.

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Notas:

[1] Disponivel em: Shareholder Letters

[2] Disponível em: Active Fund Managers vs. Indexes: Analyzing SPIVA Scorecards | Index Fund Advisors, Inc.

[3] Disponível em: berkshirehathaway.com/letters/2013ltr.pdf

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